EMPODERAMENTO FEMININO por Gabriela Oliveira

18:00

Falar sobre Empoderamento Feminino nunca é demais! Esse texto eu produzi no meu estágio antigo e tem um viés mais jornalístico <3 (AI GENTE, EU SOU JORNALISTA, PERDOA, AMO VOCÊS) e fala com todas nós, mulheres! Vamos nos empoderar juntas? 

"Empoderar mulheres e promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia são garantias para o efetivo fortalecimento das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria da qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento sustentável.” Esse é o parágrafo que antecede aos 7 princípios do Empoderamento das Mulheres da Organização das Nações Unidas (ONU). 


Nos dias atuais, ouve-se muito falar sobre o empoderamento feminino, porém o assunto ainda é um tabu. Pode-se acompanhar em pequenos detalhes, como nos trabalhos domésticos ou nas discussões políticas, a desvalorização da mulher por um único argumento: ser mulher. 

A psicóloga Profa Ma. Camila Young Vieira da Universidade de Taubaté explica que a mulher é condicionada por uma questão histórica e social a ter a sua capacidade apropriada, seja ela financeira, domiciliar ou existencial, e hoje, as mulheres tendem a despertar uma consciência que inspire mais o desejo de liberdade na sociedade e nas relações que vivem.
“Com elas ocupando o mercado de trabalho, podendo divorciar, tendo uma emancipação financeira, elas começam a caminhar para superar essa opressão”, afirma Camila. 

O caminho do empoderamento já vem sendo traçado, porém ainda é possível observar o machismo e a opressão em acontecimentos corriqueiros “Infelizmente até hoje nos deparamos com vários tipos de pensamento que culpabilizam a mulher ao sofrer violência, por exemplo: quando um homem mexe com uma mulher nas ruas, de forma completamente invasiva, e você chama a atenção dele “olha você está mexendo com aquela mulher” e ele automaticamente diz “ela está pedindo, olha a roupa dela”, e não é bem assim. Usar uma roupa curta não dá direito nenhum para esse tipo de atitude”, comenta a psicóloga.

Anna Karolina, estudante de História da UNITAU, é militante feminista há 3 anos e participa de dois coletivos desse viés: O Coletivo Feminista Maria vem com as outras e o Looa, Grupo Independente de Mulheres. Anna acredita que muitas mulheres já são empoderadas hoje, porém não se sentem identificadas com o feminismo. “Nós feministas militantes e atuantes, não conseguimos fazer com elas se identifiquem. Temos um exemplo atual, a Deyse do Máster Chef, durante todo o programa ela demonstrou atitudes feministas, de mostrar que uma mulher pode sim ser chefe de cozinha, que não é por não ser homem que ela não poderia chegar na final do programa, isso é empoderamento, mesmo ela não se identificando com o movimento que busca empoderar”, disse Karolina. 

Anna aponta que o machismo é propagado a todo o momento e principalmente pelos veículos de comunicação midiáticos “Desde o Jornalismo até a Propaganda. Vemos manchetes machistas todos os dias, vemos a propaganda de cerveja na TV, vemos o cartaz do filme de super herói com a heroína tendo seu corpo objetificado. Tudo isso é maneira de propagar o machismo, é submeter a mulher a uma condição que não é dela”, explicou a estudante, que conclui “ Essa propagação do machismo do dia-a-dia não vai acabar de um dia para o outro, não há uma solução para que acha essa erradicação a não ser o empoderamento, enquanto a gente não se empoderar, não tomarmos ciência de que a gente faz o que a gente quer e que isso independe de idade, não teremos o fim desse tipo de discurso”, afirma Anna.

Para a filosofa e doutoranda em Sociologia e Filosofia, Profa. Ma. Fabrina Moreira da Silva, o homem e a mulher apresentam papéis diferentes na sociedade, porém isso não dá margem para que um se sobressaia sobre o outro. “Não adianta falar que o homem e a mulher são iguais perante a sociedade, eles não são. Porém, ser diferente não significa que um seja inferior ao outro, que a mulher tenha que ocupar lugares inferiores ou ser julgada menos capaz”, explica a filósofa, que conclui “O que a gente vive hoje é conseqüência da supremacia do papel do homem, porque a nossa história é uma história que tirou o poder da mulher, que colocou-a como inferior, colocou-a para baixo, e o resultado disso é o mundo que vivemos hoje: o próprio caos”, explica Fabrina. 

O empoderamento feminino é um processo lento que tem que ir contra ao que está enraizado na sociedade brasileira, ao que uma mulher é submetida e cobrada desde o seu nascimento e início do convívio social. “A mulher tem que brincar com as panelinhas, com as bonecas, vestir rosa. A mulher tem que cuidar da casa, tem que querer ter filhos. A sociedade com esses valores de impor o que a mulher tem que ser e fazer, cria um modelo a ser seguido, e se empoderar é ir contra ele, é ter sua própria autonomia, é poder escolher ser dona de casa ou trabalhar fora, é fazer o que quiser fazer sem se sentir menos mulher por conta disso”, encerra Fabrina.



Espero que tenha despertado vontades de empoderar em cada uma de vocês. Estamos juntas!

Gabi


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