Ainda assim, a maioria das mulheres sonha em encontrar o príncipe encantado, ou quando menos, um parceiro que seja seu companheiro. Diante dessa vida de baladas, internet e apps de namoro, faz-se surgir um medo, muitas vezes inconsciente, de que tal sonho não venha a se tornar realidade, pois frente a essa gama de possibilidades, as escolhas podem ser erradas e pode não haver tempo de se construir uma relação com base sólida. 

Como reflexo desse medo, dessa exposição e das constantes notícias da felicidade alheia, muitas mulheres acabam se submetendo a relacionamentos abusivos. E é preciso falar disso!

O relacionamento abusivo aparece distanciado daquilo que se espera dentro dos limites por uma linha muito tênue. Muitas mulheres acreditam que os abusos sofridos são apenas imaturidade e que briga de casal é normal. NÃO É! O assunto é muito delicado visto se relacionar com o comportamento humano e eu, pouco sei disso, mas, pelo que vejo, cada vez mais as pessoas aceitam a situação, mentindo para si mesmas e para os outros. Isso é um problema, pois caso não fosse, a legislação brasileira não tentaria proteger mulheres vítimas de violência física e psicológica, mais ainda, não colocaria tais condutas como crime. 

Portanto, diferentemente do que a maioria pensa, ser vítima de abuso não é apenas sofrer agressões físicas. A violência apresenta-se, também, como psicológica e sexual, causando sofrimentos que, apesar da dificuldade de seremos mensurados, são reais e potencialmente destruidores.

Obviamente, a submissão a esse tipo de relação se dá pelos mais variados motivos. Entretanto, a insegurança e o medo apresentam-se em local de destaque na questão. O ponto crucial não é apenas sobre se colocar como vítima, é ter respeito a você mesma entendendo sua existência como ser humano. E acredite, você não fez nada para receber menos que o mínimo. 

Assim, se esse mundo tecnológico, célere e volátil, te assusta e te faz permanecer inerte diante de uma situação de abuso, talvez seja hora de mudar a perspectiva: existe o lado bom, a ocupação de um lugar de protagonismo na sua vida, dispondo-se a recomeçar sem medo e com a certeza de seu valor. Para tanto, o primeiro passo é encarar a verdade, assumir sua posição para ser capaz de enfrentá-la. 

Acredito que uma grande maneira de se perceber nossa indisposição num relacionamento é verificar se são aqueles padrões que queremos pro resto da vida e, se tivéssemos a possibilidade de mudar o que sentimos, se de fato mudaríamos. NOVIDADE: VOCÊ PODE!

O empoderamento feminino frente a questões relacionadas a gênero, mais do que opção, é dever social!

Beijos, e até mais!