SE EU NÃO FOSSE TÃO EU por Juliana Yume
11:05
Mas se eu não fosse tão distraída, quem sabe assim eu não fosse aquela que esquece a bolsa em cima da mesa do restaurante e repara apenas meia hora depois. Quem sabe eu não perdesse tudo o que tenho nas mãos. Quem sabe eu não esquecesse sempre as coisas importante. E se eu não fosse tão preguiçosa, que bom seria, deixar de ser aquela que passa o dia sem sair de dentro do quarto. E deixar de adiar todas as minhas responsabilidades.
E deixar de ter preguiça de fazer até mesmo as coisas das quais eu gosto. Porque se eu não fosse tudo isso que sou, eu não precisaria estar aqui, sentada sozinha no banco da rodoviária, porque me distrai e esqueci o RG em casa e agora não posso embarcar. Porque fui preguiçosa e sai de casa sem antes confirmar se estava levando tudo o que era necessário. Porque me deixei levar pelo estresse e a ansiedade da viagem e não fiquei atenta ao que eu deveria levar. Ah, se eu não fosse tão dramática, eu não seria sempre aquela que gosta mais nos relacionamentos. Eu não seria aquela que vai dormir chorando depois de uma briga. Eu não seria a que vai atrás no intuito de consertar as coisas. E, sentada aqui, observando as pessoas que chegam, eu percebo que se eu não fosse tão distraída, preguiçosa e dramática, não seria eu. E que graça teria ser outra pessoa nesse mundo se não eu mesma?
E deixar de ter preguiça de fazer até mesmo as coisas das quais eu gosto. Porque se eu não fosse tudo isso que sou, eu não precisaria estar aqui, sentada sozinha no banco da rodoviária, porque me distrai e esqueci o RG em casa e agora não posso embarcar. Porque fui preguiçosa e sai de casa sem antes confirmar se estava levando tudo o que era necessário. Porque me deixei levar pelo estresse e a ansiedade da viagem e não fiquei atenta ao que eu deveria levar. Ah, se eu não fosse tão dramática, eu não seria sempre aquela que gosta mais nos relacionamentos. Eu não seria aquela que vai dormir chorando depois de uma briga. Eu não seria a que vai atrás no intuito de consertar as coisas. E, sentada aqui, observando as pessoas que chegam, eu percebo que se eu não fosse tão distraída, preguiçosa e dramática, não seria eu. E que graça teria ser outra pessoa nesse mundo se não eu mesma?
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